Na hora de escolher o melhor aço para uma determinada finalidade os
parâmetros devem levar em conta um equilíbrio entre tenacidade,
resistência ao desgaste e tensão limite de compressão (associada à
dureza). Alguns aços ferramenta são projetados para produção de blocos
de matrizes, alguns para moldes de produção e outros para trabalho a
quente, e ainda outros para aplicações de corte de alta velocidade. Os
aspectos de cada um destes fatores são apresentados abaixo.
Tenacidade
A tenacidade de um aço tende a decrescer com o aumento do teor de elementos de liga. A tenacidade é afetada também pelo processo de produção do aço. A metalurgia do pó em geral fornece tenacidade mais alta do que o processo convencional. Observe as diferenças na figura abaixo, para alguns aços ferramentas de uso comum.
A tenacidade de um aço tende a decrescer com o aumento do teor de elementos de liga. A tenacidade é afetada também pelo processo de produção do aço. A metalurgia do pó em geral fornece tenacidade mais alta do que o processo convencional. Observe as diferenças na figura abaixo, para alguns aços ferramentas de uso comum.
Figura comparativa das três propriedades para vários aços
Resistência ao desgaste
O aumento de teores de elementos de liga tipicamente
aumenta a resistência ao desgaste (ver figura acima). Os carbonetos têm
importante papel na resistência ao desgaste do aço. A maioria dos
carbonetos é formada quando os elementos de liga como vanádio,
molibdênio e cromo combinam-se com o carbono durante a solidificação do
aço. Porcentagens mais altas de carbonetos melhoram a resistência ao
desgaste mas reduzem a tenacidade.
Tensão limite de compressão
Dois fatores afetam a resistência compressiva: o teor
de liga e a dureza. Elementos de liga como o molibdênio e o tungstênio
são benéficos para o aumento da resistência à compressão. Normalmente
quanto mais alta a dureza de um dado aço mais alta também o seu limite
de compressão.
Considerações sobre os tratamentos superficiais e o aumento da dureza
Os tratamentos superficiais tem o objetivo de
prolongar a vida das ferramentas, como já visto. Estes tratamentos
aumentam a dureza superficial e a resistência ao desgaste e reduzem o
coeficiente de atrito. A dureza fornece uma indicação da resistência ao
desgaste e lubrificidade para um dado tratamento. Tipos de tratamentos
superficiais são portanto também considerados critérios de escolha.
O processo PVD, por exemplo, pode aumentar a vida de
uma ferramenta de precisão de aço rápido com alto teor de liga, mas não
resolve o problema de desgaste de uma matriz com tolerâncias estreitas
nem impede a flexão de punções submetidos a altas cargas. Tratamentos
que produzem maiores valores de dureza , como o revestimento com
carboneto de titânio e a difusão térmica produzem camadas superficiais
mais espessas, mas exigem uma grande quantidade de calor, o que
inviabiliza seu uso em muitas aplicações.
A figura abaixo lista os valores de durezas para
vários tipos de revestimentos superficiais. Os valores são expressos em
escala Vickers devido à pequena espessura das camadas.
Durezas para tratamentos superficiais
Outras considerações para a escolha do aço ferramenta
Além dos critérios apresentados, existem outros
fatores, como a temperatura de trabalho e o grau de deformação durante a
têmpera, quando aplicável. O quadro abaixo especifica de forma
resumida, indicações gerais para a escolha de aços ferramenta.
Critérios qualitativos de seleção do aço
Apesar de existirem mais de 100
tipos de aços-ferramenta normalizados internacionalmente, para as mais
diversas aplicações e solicitações, a indústria trabalha com uma gama
relativamente reduzida de opções. São preferidos aqueles que possuem
suas propriedades e desempenhos consagrados ao longo do tempo, como, por
exemplo, os aços H13, D2 e M2.
De qualquer forma a escolha de um aço requer uma
análise detalhada de toda a gama de fatores incluindo ainda parâmetros
como volume de produção, vida útil da ferramenta e custos associados,
etc...
Classificação dos Aços Ferramenta pelo tipo de aplicação
Classe I - aços usados para ações de
cisalhamento ou corte, como matrizes de corte, ferramentas de corte em
geral, matrizes de conformação de blanks, matrizes de aparar etc...
Classe II - aços usados na confecção
de ferramentas para conformação de peças através de fluxo do material
sob tração, por trabalho a frio ou a quente. Aqui se incluem matrizes de
estampagem e dobramento, matrizes de forjamento etc... Esta classe
inclui moldes para plásticos e moldes para fundição.
Classe III - aços para trabalhos de
transformação de materiais atuando na modificação da forma, sem mudança
das dimensões originais. Incluem-se aqui matrizes de flexão, matrizes de
dobramento e matrizes de torção.
Classe IV - aço para matrizes que
trabalham sob alta pressão e que produzem fluxo do metal ou outro
material até a forma desejada, por efeito de compressão. Esta classe
inclui matrizes de embutimento, de gravação, de recalque, de extrusão,
de fendilhamento, etc... É importante ter suficiente informação a
respeito da composição do material da ferramenta ou da matriz, do tipo
de tratamento térmico usado e do tipo de trabalho que a ferramenta vai
executar. A organização em classes é apenas uma indicação geral de uso,
não representando sozinha uma diretriz para a seleção de aços
ferramenta.
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